Nenhum pai ou mãe escapa daqueles assuntos difíceis de conversar com criança. Aqui em casa, já fomos questionados pelo nosso filho de quatro anos sobre:
- Por que o papai do céu deixa algumas pessoas terem filho e outras não?
- Como o irmãozinho entra na barriga da mãe?
- Por que São Pedro deixa cair tanta água do céu?
- Todos morrem e nascem de novo?
Quando as crianças crescem, os temas mudam. Geralmente, os assuntos sobre sexo e mudança no corpo lideram a lista de dúvidas. E aí, a gente é que se pergunta: que resposta dar? Já é hora de ser detalhista? Veja alguns exemplos dessas situações.
PAPAI NOEL, FADA, COELHINHO DA PÁSCOA EXISTEM?
O mundo do faz de conta é rico e importante para a criança. Afinal, é através da fantasia que ela entra em contato com valores e princípios. Quando ela vive essa fase de forma harmônica, tende a ser um adulto mais otimista e perseverante. Por isso, na hora em que o pensamento lógico se manifestar, na faixa dos os sete aos nove anos de idade, explique tudo com delicadeza. Mas como avaliar se a criança já está preparada para saber que Papai Noel, Fada do Dentre e Coelhinho da Páscoa não existem? Quem orienta é a psicóloga Daniella Freixo de Faria, que gravou um vídeo sobre esse assunto.
“O primeiro caminho é perguntar o que a criança acha da própria dúvida. Aí, você perceberá aonde ela se encontra. Nesse momento, é possível perceber se ela está pronta ou não para ouvir a verdade sobre determinado assunto difícil. Caso não esteja, sugira: vamos pensar um pouquinho mais sobre isso?”, diz Daniella.
MORTE: OUTRO ASSUNTO DIFÍCIL DE ABORDAR
Quando a criança ainda é pequena, é importante usar palavras que ela compreenda e também ilustrar a resposta. Pode ser por meio de um desenho, livro ou filme, por exemplo. Foi assim que fizemos aqui em casa quando Pedro começou a perguntar muito sobre morte. Essa dúvida se intensificou quando o peixinho dele morreu. Explicamos que a morte faz parte da vida. Falamos sobre as plantinhas... que nascem, crescem e morrem. Em seguida, explicamos que o mesmo acontece com os bichinhos e as pessoas. Na época, também o levamos para assistir ao filme “Viva: a vida é uma festa”, uma animação que fala sobre morte, família e memória de forma sutil e emocionante. Mas se a necessidade de falar sobre morte vier em função de uma tragédia, por exemplo, é preciso passar lição de valores. A dica é da pedagoga, psicopedagoga e autora do livro Dúvidas de Mãe Larissa Fonseca.
“Se foi alguém que causou a morte de forma irresponsável, explique que a pessoa estava errada. Diga, ainda, o que ela gerou aos outros e reforce que não estava nas possibilidades da vítima evitar a tragédia”, sugere Larissa.
QUANDO A PERGUNTA FOR SOBRE SEXO...
Não se apavore: saiba que, em algum momento, seu filho ou filha vai perguntar o que é camisinha, sobre menstruação, mudanças no corpo, etc. Se você não estiver confortável para explicar esse assunto difícil na hora, diga que vai pensar e conversa depois. Mas nunca deixe a criança sem resposta, por mais delicado que isso pareça. Também não invente mentiras e nem diga coisas que você não tem certeza. A sexóloga e psicóloga Laura Müller dá outras dicas:
- Quando a criança fizer a primeira pergunta (com 2, 3 anos), os pais devem responder só ao que foi perguntado;
- Não existe hora certa para começar a falar de sexo. Quem define isso é a criança, quando começa a ter dúvidas;
- Observe com quem o seu filho se sente mais à vontade para falar de sexo. Provavelmente, ele próprio escolherá alguém. Pode ser a mãe, o pai, um tio ou até um primo mais velho. Mas certifique-se de que a pessoa tem responsabilidade para conversar corretamente;
- Leve a criança ao médico para esclarecer dúvidas sobre iniciação sexual e doenças sexualmente transmissíveis. No caso da menina, pode ser perto de menstruar. Já o menino, por volta dos 11, 12 anos, quando ocorre a primeira ejaculação espontânea.
OS LIVROS AJUDAM COM ASSUNTOS DIFÍCEIS
Solidão, saudade, morte, sexo e tantos outros assuntos delicados podem chegar à criança por meio de livros. Em muitos casos, os livros possibilitam um eficiente exercício de empatia.
Medos, ansiedade e desejos: Onde vivem os monstros
Como dosar a autoestima: Dinossauro Sem Talento
Para trabalhar as emoções: Coleção Sentimentos
Pais e filhos: Família: urgências e Turbulências
CLIQUE AQUI E ENTRE PARA O GRUPO DE PAIS ENGAJADOS. RECEBA, GRATUITAMENTE, NOSSO CONTEÚDO