O meu filho de cinco anos adora revistinhas e se acostumou a ganhar uma nova todo fim de semana. Sempre que ia à banca comprar jornal, o meu marido trazia uma edição diferente para Pedro. Considerávamos importante incentivar o interesse dele por esse tipo de material. Mas de um tempo para cá, observamos que Pedro não brincava mais com as revistinhas e nem queria pintar os personagens. Ele desejava, apenas, ter uma nova edição. Foi aí que deixamos de trazer o “agrado” frequentemente e explicamos o motivo. No começo, ele reclamou. Mas hoje, nem pergunta mais pelo "presente" de fim de semana. Exemplo que serve para ilustrar a relação da criança com o consumo.
Nem sempre precisamos dar grandes presentes para incentivar a criança a consumir. Também fazemos isso com pequenas ações diárias que, muitas vezes, nem percebemos. É o caso da tradicional balinha ou chocolate, que passam a ser mimos constantes em determinadas situações. Isso significa ter que parar de agradar os pequenos? De forma alguma. Esse é só um alerta para a frequência com que isso acontece, um freio ao excesso.
ALVO DAS PROPAGANDAS
Os adultos precisam ficar vigilantes, principalmente, porque a forma de abordagem mudou. Antes, as propagandas de produtos infantis focavam nas mães. Hoje, o alvo é a própria criança. Assim, a indústria do marketing descobriu que o mercado infantil pode faturar cada vez mais vendendo de alimentos a brinquedos. O apelo chega via tecnologia, acessível cada vez mais cedo. Entre as consequências estão o excesso de consumo e a baixa qualidade de conteúdo.
EFEITO RÁPIDO
Segundo pesquisas, bastam 30 segundos para uma marca influenciar uma criança. Até os cinco anos de idade, ela não tem discernimento para diferenciar propaganda e programa de TV. Além disso, as crianças também influenciam nas compras dos pais como carro, casa e etc. Por tudo isso, nós, adultos, precisamos estar cada vez mais atentos aos nossos próprios hábitos. Afinal, servimos de exemplo para os filhos.
CONSUMO INFANTIL CONSCIENTE
A boa notícia é que é possível estimular o consumo consciente. Podemos, por exemplo:
- Deixar claro que possuir determinado produto implica avaliar o quanto aquilo é necessário naquele momento;
- Ensinar a criança a abrir mão de algo ao comprar um novo produto semelhante. Assim, ela aprende a ter senso crítico e a priorizar;
- Antes de ir à loja, faça acordos com as crianças sobre o que pode ou não comprar;
- Em casa evite colocar aparelhos de TV ou computador no quarto das crianças e limite o número de horas na internet. Dessa forma, ela será menos exposta à propaganda;
- De forma geral, a família deve ser filtro entre a criança e o consumo, assumindo com responsabilidade o papel de educar. Por isso, uma boa sugestão é iniciar a Educação Financeira Infantil o quanto antes.
Abaixo, confira outras dicas de uma psicóloga infantil sobre esse tema.